Uma das vantagens da ficção científica é poder flertar com o surrealismo e a lisergia. O gê muitas vezes serve como alegoria para a transcendência do espírito humano e pode funcionar como uma obra aberta a múltiplas interpretações. O curta-metragem "OVO", é um desorientante por um mundo sombrio, que eventualmente se converte em um imenso manancial luminoso de estímulos sensoriais. Dirigido por Mihai Wilson, da produtora Weweremonkeys, "OVO" apresenta um grupo de mercenários espaciais que acabaram encalhados em um planeta desolado. Enfrentando a fome e o desespero, o trio de criminosos acaba sendo engolfado em um misterioso fenômeno que desafia a sua compreensão e pode estar ligado com a origem da vida no universo.
O visual exuberante criado por Wilson, lembra bastante a porção futurista de "A da Vida" de Darren Aronofsky, enquanto a enigmática profusão de deve muito ao clímax de "2001- Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick. Independente de conseguir quebrar ou não a casca metafísica por traz da trama, o filme já vale simplesmente pelo atmosfera contemplativa.