A história de Paprika se desenvolve em torno do DC Mini, um aparelho desenvolvido por uma equipe de psicoterapeutas que permite aos médicos gravar os sonhos dos pacientes e eventualmente fazer algumas intervenções. O aparelho que ainda está em fase de testes, foi desenvolvido em três unidades por Kosaku Tokita, mas acaba sendo roubado por uma espécie de terrorista, que passa a invadir os sonhos de varias pessoas, manipulando-os de uma forma que a realidade começa a se distorcer e os limites entre ficção e realidade começam a se confundir e fundir, fazendo vítimas fatais. Isso da sequência uma série de eventos, onde uma doutora, que faz parte do projeto, Atsuko Chiba, o inventor do aparelho, Kosaku Tokita e um detetive, paciente e usuário do mecanismo, Toshimi Konakawa, irão se envolver em uma tentativa de deter o a pessoa que está invadindo os sonhos alheios e fazendo com que várias pessoas confundam sonhos com realidade, viciados no universo onírico de Paprika.
Como já lhe é característico, Kon faz suas devidas alterações minuciosas na adaptação, participando de cada passo da produção e imprimindo sua marca pessoal, que o fez destacar entre tantos talentos. Tão onírica quanto todo o universo criado por Kon, é Paprika, pseudônimo da psicoterapeuta Chiba Atsuko, que entra no espaço dos sonhos como uma figura que ajuda e guia os seletos pacientes utilizadores do DC Mini. No filme, Kon não faz um grande mistério em torno dessa dupla identidade, mas também não entrega de primeira, deixando a duvida pairando no ar dos mais desatentos, só revelando depois que toda a trama se encaminha próximo ao clímax, de uma forma bem natural.
Paprika mistura o espaço lúdico com o espaço real e aqui Kon trabalha um pouco em cima do conceito de “sonho lúcido”, um estado de sono alterado, em que o indivíduo tem sonhos que se misturam com a realidade ou quando o indivíduo possui sonhos muitos fantásticos ou muito realistas, no sentido de que as pessoas pensem que estão realmente vivenciando o sonho.
Mas Kon vai mais além e adentra em questões de psicanálise freudiana, trazendo à tona a figura dos duplos, de ID, EGO, SUPEREGO, Édipo e nhé, nhé, nhé. Paprika, apesar de extremamente simples, soa confuso em sua narrativa, mas está longe de ser “genial” como Perfect Blue ou brilhante, como Millennium Actress. Mas é deliciosamente “viajado”, onde Kon parece se divertir esbanjando toda sua criatividade por trás da produção, em uma intrigante viagem alucinatória através dos sonhos manipulados.
Paprika é viagem psicodélica e vale por isso e aqui da pra dizer que o roteiro em segundo plano, não atrapalha a narrativa. Nos sonhos, os personagens têm seus temores exacerbados, saltando de um sonho para o outro e invadindo sonhos alheios, em uma fuga frenética em um universo completamente hostil e fora de seu controle.
Se você cresceu assistindo filmes da Walt Disney, certamente se lembrou de seus grandes clássicos e aquele universo protegido e recheado de fantasias inocentes (eu não assisti Bambi, mas dizem ser um pouquinho mais controverso), ao assistir Paprika. Como já declarou Kon, animações é supostamente um ambiente de sonho, bonito a agradável. Mas o mundo de sonhos de Paprika é completamente o oposto.
"No Japão, não apenas crianças, mas adultos com seus 20/30 anos escolhem os animes e mangás como um meio de fuga de suas vidas reais. Mas acho que há um perigo nisso também. Se você entrar nesse mundo, ele é muito vivo e colorido, e sedutor, mas há grandes armadilhas ao se adentrar nesse universo, principalmente se você deixar o seu mundo real se deteriorar em detrimento dele.”
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