Ateísmo, num sentido amplo, é a rejeição ou ausência da crença na existência de divindades e outros seres sobrenaturais.1 O ateísmo é contrastado com o teísmo,2 3 que em sua forma mais geral é a crença de que existe pelo menos uma divindade. Num sentido mais restrito, o ateísmo é precisamente a posição de que não existem divindades.7
Os ateus tendem a ser céticos em relação a afirmações sobrenaturais, citando a falta de evidências empíricas. Os ateus têm oferecido vários argumentos para não acreditar em qualquer tipo de divindade. O complexo ideológico ateísta inclui: o problema do mal, o argumento das revelações inconsistentes e o argumento da descrença. Outros argumentos do ateísmo são filosóficos, sociais e históricos. Embora alguns ateus adotem filosofias seculares,9 10 não há nenhuma ideologia ou um conjunto de comportamentos a que todos os ateus aderem.11 Na cultura ocidental, assume-se frequentemente que os ateus são irreligiosos embora outros ateus sejam espiritualistas.12 Ademais, o ateísmo também aparece em certos sistemas religiosos e de crenças espirituais, como o jainismo, budismo e hinduísmo. O jainismo e algumas formas de budismo não defendem a crença em deuses,13 enquanto o hinduísmo mantém o ateísmo como um conceito válido, mas difícil de acompanhar espiritualmente.14
Como os conceitos sobre o ateísmo variam, é difícil determinar quantos ateus existem no mundo atualmente.15 Segundo uma estimativa, cerca de 2,3% da população mundial descreve-se como ateia, enquanto 11,9% descreve-se como não-religiosa.16 De acordo com outra estimativa, as taxas de ateísmo auto-relatado são mais altas em países ocidentais, embora também varie bastante em grau — Estados Unidos (4%), Itália (7%), Espanha (11%), Reino Unido (17%), Alemanha (20%) e França (32%).17
O que significa ser ateu? Ser ateu por definição nada mais é do que a ausência de crença em deus(es) de qualquer espécie. O que quero dizer com isso é que para ser ateu não é necessário seguir nenhuma doutrina pré-determinada, nenhuma filosofia de vida padronizada, nenhuma politica especifica, a única semelhança que temos todos os que somos ateus é a de que não cremos em nenhum tipo de divindade. Nós não temos mandamentos ou dogmas impostos pelo ateísmo pelos quais devemos seguir e/ou zelar para que sejam obedecidos por todos ateus. Nós simplesmente vivemos a vida tendo em mente que a crença em deus(es) é desnecessária e muitas das vezes incompatível com o mundo no qual vivemos.
O ato de poder demonstrar ou sugerir, baseando-se nos conhecimentos que nos brindam a biologia e a física, que deus não é necessário para a existência da vida no universo não é suficiente para impulsar o abandono das crenças que sustentam as religiões. Para isso é necessário muito mais. Por exemplo, é importante convencer as pessoas de que deus não só é inecessário senão que também de que sua existência é incompatível com a ciência. Isso não foi logrado para toda concepção que o crente pode ter do que é deus, mas sim se pode demonstrar que certas características que as religiões dão para deus são contraditórias entre si e que certos dogmas irrenunciáveis das religiões são contraditórios com a ciência. Por incrível que pareça mesmo com a presença de tais dados, as crenças nas religiões não deixariam de existir, já que numerosos crentes quando se deparam com um conflito entre suas crenças e a ciência, podem adotar uma postura irracional, negar ou ignorar as verdades da ciência e optar por conservar sua fé. Então cabe concluir que demonstrar que deus é inecessário e contraditório tampouco é suficiente e aparentemente chegamos ao limite do que é possível racionalmente. No entanto uma coisa mais pode ser feita. Isto é, demonstrar que deus além de inecessário e contraditório agora também é indesejável. Para isso devemos apelar para valores éticos e a critérios mais emocionais que racionais. Podemos ressaltar as atrocidades cometidas por todas “grandes” religiões em nome de deus. Enfim, não entrarei em detalhes quanto a este assunto pois demonstrar tais coisas não é meu objetivo nesta ocasião.
Muitos me dizem, “Você pode ser ateu, mas não precisa ficar criticando as religiões.” Eu sempre respondo: “Deixe-me contar para vocês o que vocês já fizeram com ateus por mais de 1500 anos. Vocês nos proibiram de ter acesso a universidades ou a qualquer carreira como educadores, mancharam nossa reputação, baniram ou queimaram qualquer tipo de livros que já escrevemos, nos exilaram, humilharam publicamente, confiscaram nossos bens e propriedades e nos prenderam por blasfêmia. Vocês nos desumanizaram nos agredindo e nos torturando das piores maneiras possíveis. Arrancaram nossos olhos, cortaram nossas línguas, quebraram nossos braços e pernas, rasgaram nossos seios se éramos mulheres e esmagaram nossos escrotos se éramos homens, nos aprisionaram, nos esfaquearam e nos estriparam, nos penduraram na forca e nos queimaram vivos. E vocês ainda tem a cara de pau de reclamar conosco que estamos tirando sarro ou desrespeitando a religião de vocês?” – Madalyn Murray. Acho que não cabe dúvidas de que o tempo em que as religiões eram as que ditavam o que nós ateus e também os demais, deveríamos ou não fazer , falar ou pensar, passou -felizmente-
Ser ateu ou ser crente não é somente o que se designa: crer em deus ou não. É algo mais. Acreditar em deus ou não, é somente um componente de um critério total de vida pessoal e de comportamento com o próximo. Assim, aquele que é ateu, não somente não acredita em deus senão que ademais tem um enorme respeito pelo homem, de toda etnia, de toda classe e em toda sua dimensão. Acredita também no homem porque ele é o único “supremo” que existe. Acredita no amor aqui na terra porque ele sabe que não existe outro. É um apaixonado pela vida, desta vida, na Terra, porque não existe outra. Tem ademais um “espírito” critico e contestatório, não tolera a injustiça e sente como própria a dor alheia. Não aceita o autoritarismo nem aos “donos da verdade”. É um homem que tem vontade de mudar o mundo, buscando mais paz, justiça, conhecimento, liberdade, e outros tantos valores, ao invés de aceitar o fatalismo das religiões que confortam ao homem com promessas maravilhosas para uma outra vida depois da morte. Não! Os ateus querem buscar o bem nesta vida. Os ateus tem uma ética superior que não é baseada no medo ao inferno, senão que é baseada no bem comum. Ainda que não se perceba de imediato, as derivações do pensamento baseado nas crenças nas supostas verdades reveladas ao homem pelo divino, e não no raciocínio, influenciam em todas e cada uma das decisões e ações sociais tomadas pelos homens. O pensamento religioso impõe o fatalismo e a resignação: “O mundo sempre foi assim, caminhemos por esse vale de lagrimas e obedeçamos devotadamente para alcançar o reino dos céus.” Gigantesco engano inventado em beneficio de poucos. O ateísmo não é somente não acreditar em deus(es) senão que é fundamentalmente acreditar no homem, no homem real que pode alcançar, aqui na terra, os mais altos valores éticos, o conhecimento, a beleza, etc.
É obvio que a imagem apresentada aqui do ateu é algo idílico e logicamente pode-se questionar se corresponde à realidade. Está claro que todos nós ateus temos alguns aspectos negativos, todos nós temos algumas misérias, uns mais que outros, mas todos possuímos algumas. Mas ainda existem ateus que são totalmente o contrario do que foi exposto aqui. São egoístas, dogmáticos, autoritários, intolerantes, etc. Geralmente se menciona a Stalin como um ateu dogmático que em nada se parece ao ateu apresentado aqui. Nesse contexto, é muito importante esclarecer que as monstruosidades cometidas por alguns ateus nunca foram cometidas em nome do ateísmo, senão que, ao contrario, essas monstruosidades estão em clara contradição com o pensamento ateísta. Nunca um ateu matou em nome do ateísmo, em contraste com as aberrações que sim se cometeram em nome de deus, obedecendo a diretivas das “sagradas escrituras”. Se um ateu é autoritário, dogmático, cruel, está traindo a ideologia ateia, mas um crente com essas características não necessariamente contradiz aos ditados de sua fé. A imagem idealizada do ateu que se propôs é compatível com o pensamento ateu; por mais que nós ateus reais e concretos não chegamos a tal grau de perfeição, essa é uma meta a que podemos e devemos nos aproximar.
Por que então somos tratados como monstros em nosso dia-a-dia? Em muitas ocasiões, nós ateus, somos vitimas de preconceito praticado por religiosos. Esses julgam nosso caráter pelas nossas crenças e não pelas nossas atitudes, o que, a meu ver, é um equívoco inexorável. Caráter quem define são nossas ações, e não nossas crenças ou descrenças. Existe uma frase de um cientista ganhador do Nobel de física que diz mais ou menos o seguinte: “No mundo sempre haverá pessoas boas e pessoas más, as pessoas boas farão coisas boas, e as pessoas más farão coisas ruins. Mas para que uma pessoa boa faça algo ruim é necessário a religião”. Eu concordo plenamente com essa frase, já que vemos diariamente fatos que nos convencem de tal coisa. Quais fatos? Uma pessoa boa julgando a outra por suas crenças, posicionamento sexual, cor, etnia, religião, ou qualquer que seja o atributo usado para julgar dita pessoa, é uma ação que se posiciona no grupo das ações ruins, e que pode estar sendo cometido por uma pessoa boa, já que algumas religiões pregam o desrespeito e descriminação contra algumas classes de pessoas. (Por exemplo: A igreja católica contra os gays e/ou ateus - esse posicionamento é pregado pela igreja católica e dita pregação tem como base as “escrituras sagradas” do cristianismo, a bíblia)[1]
À luz desses fatos indiscutíveis, cabe a nós nos perguntar: Por que então basear nossas atitudes em um livro milenar que deve ser considerado no mínimo como primitivo? Não somos capazes de distinguir sozinhos o bom do ruim, ou aquilo que causa dano a nós ou aos outros? Por que basear nossa moralidade e valores no medo ao inferno? Não podemos basear tais coisas no bem comum: próprio e alheio? Necessitamos mesmo de ameaças de tortura eterna para poder espalhar paz e amor pelo mundo? Como vocês podem notar, não cabe a mim responder tais questionamentos, senão que, cabe a todos nós fazermos uma reflexão sobre tais coisas e tirar nossas próprias conclusões sem ter medo de encontrar a verdade, por mais que dita verdade possa ir contra nossos pensamentos fundados anteriormente.
O mundo esteve acostumado a assistir ao crescimento e monopólio das religiões em detrimento do ateísmo. Eis que de forma mágica os ateus saíram do "armário" e começaram a se manifestar de forma incisiva contra o preconceito que se instalou contra a forma de pensar, contrária ao teísmo. Hoje podemos afirmar que é possível um debate. Os ateus estão assumindo suas convicções e fazendo valer seus direitos de igualdade. Não é feio ser ateu, como se ousou fazer o mundo pensar. É normal ser ateu, assim como é normal ser religioso. O que se precisa implementar é o respeito entre ambas partes a fim de que se possa conviver civilizadamente neste mundo.
Sendo assim tenho somente que agradecer a todos os que leram esse artigo com bons olhos mesmo que este tenha sido escrito por um ateu.
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