10 Coisas que você não sabia sobre RoboCop
1 - "RoboCop" quase terminou antes de começar. O ator Peter Weller, depois de levar quase 10 horas para vestir a armadura projetada por Rob Bottin, e de mal conseguir se mover com ela, ia sair do filme. Ainda assim, ele foi convencido a retrabalhar sua postura e movimentos com o mímico Moni Yakim. Em três dias tensos, com as filmagens paralisadas, Weller, Yakim e o diretor Paul Verhoeven concordaram com o estilo mais lento e robótico que se tornou assinatura do personagem.
2 - Paul Verhoeven não voltou à direção em "RoboCop 2" por estar trabalhando em "O Vingador do Futuro", com Arnold Schwarzenegger (por sinal, sua primeira escolha para o policial Alex Murphy). Os produtores decidiram então chamar dois pesos-pesados: o escritor Frank Miller, em alta depois de reinventar o Batman nos quadrinhos com a série O Cavaleiro das Trevas, e o diretor de O Império Contra-Ataca, Irvin Kershner. Mas o roteiro de Miller foi quase inteiro reescrito, a violência do primeiro filme se tornou quase cartunesca e o resultado não deixou os fãs satisfeitos.
3 - Violentíssimo e subversivo, o roteiro original de Frank Miller para "RoboCop 2" foi considerado infilmável pelos produtores e reescrito no set. Ainda assim, o texto foi finalmente revelado quando a editora Avatar o transformou em uma minissérie em 9 partes, publicada entre 2003 e 2006. Miller providenciou as capas da série, com seu roteiro adaptado por Steven Grant e ilustrado por Juan Jose Ryp. "Frank Miller"s RoboCop" não foi lançado no Brasil.
4 - A história de Frank Miller com RoboCop chegou ao fim no terceiro filme da série, que traz ninjas robóticos e um conflito de classes nada sutil. Peter Weller decidiu não usar a armadura pela terceira vez e foi substituído pelo ator Robert Burke. Com o estúdio, Orion Pictures, encarando sua falência, o orçamento foi reduzido e o filme, dirigido por Fred Dekker, traz os piores efeitos visuais da série. A grande inovação em "RoboCop 3" foi um aparelho que, acoplado ao personagem, o permitia voar, em um dos efeitos mais toscos do cinema moderno.
5 - A linha tênue que separa cinema de quadrinhos foi rompida em 1990, quando o RoboCop ganhou uma série em quadrinhos pela Marvel. Mas pouco de sua caracterização foi preservado. Em 23 edições, o tom da série oscilou entre ação juvenil e idéias subversivas, com violência e humor negro ausentes. Quando o personagem passou para a editora Dark Horse ele protagonizou duas minisséries, e permaneceu longe dos gibis até 2010, quando a Dynamite publicou "Revolution", história em quatro partes que finalmente abraçou os conceitos do filme de Paul Verhoeven, com (pouco) humor e (muita) violência.
6 - Frank Miller não conseguia se livrar do RoboCop. Em 1992, ele assumiu o texto de "RoboCop Versus The Terminator", que coloca o personagem na mira de um soldado que vem do futuro para destruí-lo. Para protegê-lo, a SkyNet envia três exterminadores de volta no tempo. É quando Alex Murphy descobre que parte de sua tecnologia é essencial para a revolução das máquinas que destrói a humanidade no futuro.O conceito é trabalhado com maestria por Miller, que funde a trama das duas séries cinematográficas em uma trama inteligente e empolgante - que ganhou dinamismo no traço de Walt Simonson.
7 - O processo de "pacificação" do RoboCop continuou quando ele se tornou protagonista de uma série de TV em 1994. Uma única temporada de 22 episódios colocou Alex Murphy contra bandidos genéricos e o perverso mundo corporativo. A violência foi reduzida, substituída por métodos não letais empregados por RoboCop para apreender os vilões - a idéia, claro, era manter um elenco regular e um confronto bem definido do bem e do mal. Não faltou nem um personagem infantil para deixar o produto final mais leve e insípido.
8 - Assim como Conan, Rambo e outros personagens totalmente inadequados para o consumo infantil, RoboCop terminou como protagonista de duas séries animadas que ignoraram (claro) toda e qualquer ligação com os filmes, abraçando uma linha de aventura destinada a vender brinquedos e outros produtos licenciados - o que, em se tratando de RoboCop, não deixa de ser irônico. "RoboCop: The Animated Series" teve 12 episódios em 1988 e ainda tinha traços do filme de Verhoeven, embora fosse baseada em vilões caricatos. Já "RoboCop: Alpha Commando", de 1998, traz o herói sendo reativado em 2030 para combater uma organização terrorista - como Cobra, inimigos dos G.I. Joes. RoboCop usa skates e salta de pára-quedas. Teve 40 episódios que merecem o esquecimento.
9 - "RoboCop: Prime Directives", minissérie de quatro filmes exibidos na TV em 2001, foi uma tentativa nobre de devolver a relevância ao personagem. Interpretado por Page Fletcher, RoboCop volta à cena uma década depois dos acontecimentos do filme de 1987. De tecnologia ultrapassada, e policiando uma Detroit agora considerada o melhor lugar para viver na América, ele se mostra necessário quando um vírus biotecnológico ameaça infectar não só todas as máquinas do planeta, como também matar toda a raça humana. Apesar das intenções, "Prime Directives" não esconde seu jeitão de filme pobre da TV do século passado, com as boas idéias soterradas pela produção tosca.
10 - Ainda é um grande mistério a direção que José Padilha deu a "RoboCop", remake do filme de Paul Verhoeven que chega aos cinemas em fevereiro do ano que vem. Na verdade, não é exatamente uma refilmagem, e sim uma história original baseada nos mesmos conceitos. Para José Padilha, o mais fascinante é contar a história de um homem que se vê reduzido a um produto, sem sua humanidade e de propriedade de uma grande corporação. O elenco conta com Samuel L. Jackson, Gary Oldman, Michael Keaton e Abbie Cornish, além de Joel Kinnaman como o policial Alex Murphy.
Extraído: UOL
O personagem também foi retratado em gibis do Brasil...
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